...é só uma promessa...

'Este ano pretendo cumprir rigorosamente a promessa que eu fiz no final do ano passado: não fazer mais promessas de ano novo. Elas são juramentos que fazemos à nossa consciência em que nem a consciência acredita mais. A minha já está reagindo com bocejos a cada juramento que eu faço para o ano novo.'

-Vou começar uma dieta. Séria, desta vez.
-Sei, sei.
-Serei tolerante, justa, juro que não vou mais a festas...e vou arrumar meus livros.
-Tudo bem ¬¬
-Farei exercícios diários, vou correr na beira rio todos os dias, cedinho, de preferência às 5 da manhã para aproveitar mais o meu dia. Sabendo que nem todo dia eu vou acordar cedo, quando não o fizer, vou à noite!
-Certo, certo ¬¬²
-Outra, estudarei religiosamente no mínimo duas horas por dia, vou manter meu quarto sempre arrumado, as roupas em ordem e ficar menos tempo no computador.
-Aham *boceja*

Coitadinha da minha consciência; quer dizer, coitadinha de mim, tentando enganá-la. Mas mesmo sem acreditar, a dita cuja insiste em concordar que, por mais que grande parte desses juramentos seja fachada, eu consigo passar um ano com grandes "feitos"; mesmo fazendo coisas que não devia e deixando de fazer algumas que eu devia.
Ela sempre passa no teste anual da consciência; não é nenhum 10 ou 9, mas está acima da média.
Este ano não será diferente; eu não comecei dieta alguma, fui pouco tolerante, às vezes justa ou não, fui a algumas festas, meus livros estão quase intocados, os exercícios? Pula pra próxima! Estudos “vesperandos” de provas, meu quarto nem sempre está arrumado e meu guarda-roupa, bem, digamos que não está cem por cento. As coisas mais maravilhosas que aconteceram este ano jamais poderiam ter sido planejadas ou fruto de algum projeto do final do ano passado, muitas delas me fizeram crescer, aprender e acreditar que, por mais que existam muitos planos em busca de um ano mais feliz, a felicidade se faz presente em pequenos momentos "implanejáveis"; e quanto às promessas?! Ficam pro ano novo. \o/

PS: Baseado em uma das crônicas do livro "As mentiras que os homens contam" de Luís Fernando Veríssimo.